sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Caminho da paz

PAPA FRANCISCO
Francesco
MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA CASA SANTA MARTA


Caminho da paz
Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015
 Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 48 de 26 de Novembro de 2015
O mundo volte a encontrar o caminho da paz "precisamente à porta deste jubileu da misericórdia". "Jesus chorou”, disse Francisco na homilia, recordando as palavras do evangelho de Lucas (19, 41-44). Quando “se aproximou de Jerusalém”, o Senhor, “vendo a cidade, chorou”. Porquê? O próprio Jesus responde: “Se também tu, pelo menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz! Mas isto está ocultado aos teus olhos”. Portanto, “chorou porque Jerusalém não entendera o caminho da paz e escolhera a vida das inimizades, do ódio, da guerra”.
“Hoje Jesus está no céu e vê-nos” — recordou Francisco — e “virá ao nosso altar”. Mas “também hoje Jesus chora, porque preferimos o caminho das guerras, do ódio, das inimizades”. Compreende-se isto ainda mais agora que “estamos próximos do Natal: haverá luzes, festas, árvores luminosas e presépios... tudo falso: o mundo continua a fazer guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz”. E, disse ainda o Pontífice, “no ano passado comemoramos o centenário da Grande guerra”. E “este ano houve outras celebrações para recordar Hiroshima e Nagasaki, só para mencionar duas”. E “todos se queixam”, dizendo: “Que histórias horríveis!”.
Recordando a sua visita ao sacrário militar de Redipuglia, a 13 de Setembro de 2014, no centenário da primeira guerra mundial, o Papa revelou que tinha pensado nas palavras de Bento XV: “massacres inúteis”. Massacres que provocaram a morte de “milhões de homens”. Contudo, acrescentou, “ainda não entendemos o caminho da paz”. E “não acabou ali: hoje nos telejornais, na imprensa, vemos que houve bombardeamentos” e ouvimos dizer que “é uma guerra”. Mas “hoje há guerra e ódio em toda a parte”. E chegamos a consolar-nos, dizendo: “Sim, é um bombardeamento, mas graças a Deus só foram assassinadas vinte crianças!”. Ou dizemos: “Não morreram muitas pessoas, tantas foram raptadas...”. Assim, “até o nosso modo de pensar enlouquece”.
O Pontífice interrogou-se: “O que permanece de uma guerra, desta que agora vivemos?”. Permanecem “ruínas, milhares de crianças sem educação, muitos mortos inocentes: tantos!”. E “muito dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas”. É uma questão vital. “Certa vez — recordou o Papa — Jesus disse: “Não se podem servir dois senhores: ou Deus ou as riquezas”. E “a guerra é precisamente a escolha das riquezas: “Façamos armas, assim a economia equilibra-se um pouco, e vamos em frente com o nosso interesse”. A propósito, afirmou Francisco, “há uma palavra grave do Senhor: ‘Malditos!”, porque “ele disse: “Benditos os pacificadores!”. Portanto, quantos “promovem a guerra, as guerras, são malditos, bandidos”.
Uma guerra, explicou o Papa, “pode-se ‘justificar’ — entre aspas — com muitas razões. Mas quando o mundo inteiro, como hoje, está em guerra — o mundo inteiro! — é uma guerra mundial por etapas: aqui, ali, lá, em toda a parte”. E “não há justificação. E Deus chora, Jesus chora”.
Assim, voltam as palavras do Senhor quando viu Jerusalém, citadas no evangelho de Lucas: “Neste dia não entendeste o que traz a paz”. Hoje “este mundo não é pacificador”. E “enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho, há pobres pacificadores que só para ajudar uma pessoa, outra e outra, dão a vida”. E cumprem esta missão tendo como modelo “um símbolo, um ícone dos nossos tempos: Teresa de Calcutá”. Sim, “com o cinismo dos poderosos poder-se-ia dizer: mas o que fez aquela mulher? Perdeu a sua vida ajudando as pessoas a morrer?”. A questão é que hoje “não se entende o caminho da paz”. Com efeito, “a proposta de paz de Jesus não foi ouvida”. E “por isso, contemplando Jerusalém, ele chorou, e também hoje chora”.
“Ser-nos-á útil — concluiu o Papa — pedir a graça do pranto por este mundo que não reconhece o caminho da paz, que vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer que não a devemos fazer”. E, acrescentou, “peçamos a conversão do coração”. Precisamente “à porta deste jubileu da misericórdia — desejou Francisco — que o nosso júbilo, a nossa alegria seja a graça de que o mundo volte a ser capaz de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras”.



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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Catecismo da Igreja Católica - Depositum Fidei

Paz e Bem!

Meus queridos, vamos conhecer um pouco mais sobre nossa fé?
Em nosso tempo, somos convidados constantemente a explicar a nossa fé. Vemos também uma perda de rumo em relação aos valores e às crenças. Assim, faz-se necessário um conhecimento maior sobre o que acreditamos e em quem acreditamos. Santo Agostinho nos diz: “Quanto mais conhecemos, mais amamos."
Nós, cristão católicos, além da Bíblia, temos uma ferramenta preciosa, que é o Catecismo da Igreja Católica (CIC). No CIC é apresentado o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição viva na Igreja e do Magistério autêntico, ajudando assim a iluminar, com a luz da fé, as novas situações e os problemas que ainda não tinham surgido no passado.
O Senhor Jesus confiou à Igreja Católica a missão de ser o Depósito da Fé (Depositum Fidei). Para isso formulou-se o Catecismo da Igreja Católica, o qual é dividido em quatro partes: a Fé professada; a Fé celebrada no mistério; a Fé vivida em Cristo; e, a Fé rezada. Apresentada da seguinte maneira:
Primeira parte - A profissão de Fé, baseada no Credo, expõe em que consiste a Revelação, tratando de como Deus se dirige ao homem e como o homem responde a Deus. Resume a nossa profissão de fé na Trindade Santa: Pai criador; Filho redentor; e, Espírito Santo santificador.
Segunda parte - A celebração do Ministério Cristão, que trata da sagrada Liturgia, expõe sobre a liturgia da Igreja, celebrada no mistério pascal de Cristo presente nos sete sacramentos.
Terceira parte - A vida em Cristo, trata do agir cristão, apresenta a vocação do homem, criado à imagem de Deus. Trata assim do agir reto e livre, com ajuda da fé e da graça de Deus, ou seja, do agir que realiza o duplo mandamento da caridade, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, desdobrado por fim nos Dez Mandamentos de Deus.
Quarta parte - A Oração Cristã, expressada no Pai-Nosso, aborda o sentido e a importância da oração pessoal e comunitária, finalizando com um comentário sobre os sete pedidos da oração do Senhor.
“Lendo o Catecismo da Igreja Católica, pode-se captar a maravilhosa unidade do mistério de Deus, da sua intenção de salvar-nos, bem como a centralidade de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, enviado pelo Pai, feito homem no seio da Santíssima Virgem Maria por obra do Espírito Santo, para ser o nosso Salvador. Morto e ressuscitado, Ele está sempre presente na sua Igreja, particularmente nos sacramentos; Ele é a fonte da fé, o modelo do agir cristão e o Mestre da nossa oração” (Constituição Apostólica Fidei Depositum).
O Catecismo ajuda a iluminar, com a luz da fé, as novas situações e os problemas que ainda não tinham surgido no passado. Mostrando assim que a Palavra de Deus é viva e é uma fonte inesgotável de amor. Nos mostra ainda, que “ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo [...] Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”. (Documento de Aparecida, Nº 28 e 29).


Pedro Debarba (teólogo)