sexta-feira, 26 de outubro de 2018

As Bem-Aventuranças - Mateus 5,1-10

Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu”
Ser pobre no coração: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os mansos, porque possuirão a terra
Reagir com humilde mansidão: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os que choram, porque serão consolados
Saber chorar com os outros: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados
Buscar a justiça com fome e sede: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia
Olhar e agir com misericórdia: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os puros de coração, porque verão a Deus
Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: ISTO É SANTIDADE.

“Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”
Semear a paz ao nosso redor: ISTO É SANTIDADE.

Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu
Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: ISTO É SANTIDADE.

(Extraído da Exortação Apostólica "Gaudete et exsultate")

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

"A pena de morte é inadmissível", diz papa Francisco

Olá meus irmãos e irmãs, segue a nova redação do número 2267 do Catecismo da Igreja Católica que trata da pena de morte:
2267. Durante muito tempo, considerou-se o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum.
Hoje vai-se tornando cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos. Além disso, difundiu-se uma nova compreensão do sentido das sanções penais por parte do Estado. Por fim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente ao réu a possibilidade de se redimir.
Por isso a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que «a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa»[1], e empenha-se com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo.
________________________
[1] Francisco, Discurso aos participantes no encontro promovido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, 11 de outubro de 2017: L’Osservatore Romano, 13 de outubro de 2017, 5 (ed. port. 19 de outubro de 2017, 13).

terça-feira, 31 de julho de 2018

Há diferença entre a Fé Judaica e a Fé Cristã?


A Fé é o ponto inicial de todo e qualquer itinerário (percurso) religioso. Fé é a total confiança em Deus. Para entendermos melhor o nosso caminhar, o nosso itinerário, é preciso que tenhamos claro em quem confiamos. Saber onde depositamos nossa confiança, é sinal de que caminharemos mais firmemente seguros.
Existe uma diferença entre “Fé Judaica” e “Fé Cristã”. Você saberia dizer onde está essa diferença? Em que a Fé Judaica confia e em que a Fé Cristã confia? É isso que vamos descobrir juntos, venha comigo!
A Fé Judaica tem seu fundamento em “acontecimentos de salvação”. Ela confia em Deus devido aos acontecimentos relatados no Primeiro Testamento bíblico. Por exemplo: o Chamado de Abraão; a saída do Egito; a passagem do Mar Vermelho; a conquista da Terra Prometida; entre outros. Pois a religião judaica confia em Deus por ter se revelado poderoso e ao lado do seu povo nesses acontecimentos cruciais e essa confiança é passada de geração em geração. Assim, até hoje a Fé Judaica espera a vinda do Messias.
A Fé Cristã tem seu fundamento em uma Pessoa: Jesus Cristo, o Messias esperado no Primeiro Testamento bíblico. Nós cristãos não confiamos apenas em acontecimentos, em ideias, em doutrinas e em leis, mas temos a Pessoa de Jesus Cristo, o Emanuel, que é Deus Conosco. Essa fé na Pessoa de Jesus torna-se Trinitária, pois confiamos que a Salvação vem de Deus Pai, a revelação dessa Salvação vem de Deus Filho e a santificação vem do Espírito Santo. Os sinais de salvação ficam evidenciados no amor, na justiça, na solidariedade, na partilha, no perdão, na união...
Fazer com que a luz brilhe nas trevas, isso é salvação.

“A graça esteja com todos vós. Amém” (Hebreus 13,25)
Pedro Debarba

terça-feira, 15 de maio de 2018

Como se transmite a fé


Paz e Bem!

     Nas grandes cidades as empregadas domésticas estrangeiras são cada vez mais frequentemente segundas mães e, com a concretude do amor e do testemunho, transmitem a fé às crianças. E talvez os pais, ocupados com numerosos compromissos de trabalho, tenham que redescobrir a beleza do seu papel na transmissão da fé aos seus filhos, sem esperar o catecismo na paróquia ou alguma esporádica participação na missa.
     O Papa convidou de novo a ser testemunhas do Evangelho para suscitar a curiosidade em quantos não creem, e assim começar a obra do Espírito Santo, dirigindo um pensamento e uma oração especiais por todos os pais. E a sugestão a não transmitir a fé fazendo proselitismo nem procurando apoio como para uma seleção de futebol.
     “No trecho da carta de São Paulo aos Coríntios fala-se da transmissão da fé”, observou Francisco referindo-se à primeira leitura (15, 1-8), repetindo as palavras escritas pelo apóstolo: “Eu transmiti a vós antes de tudo o que também recebi”. E é precisamente assim, explicou o Papa, que “se deve transmitir a fé: ofereço o que recebi, e Paulo recita o que recebeu”. Mas “a fé não é só a recitação do Credo: a fé exprime-se no Credo, mas é algo mais”. Pois se “tudo aquilo em que cremos está no Credo, a atitude de fé vai além, é outra coisa, maior”.
     De resto, insistiu o Pontífice, “transmitir a fé não significa dar informações, mas fundar um coração na fé em Jesus Cristo”. Por isso, “transmitir a fé não se pode fazer mecanicamente”, dizendo: “Toma este livrete, estuda-o e depois eu batizo-te”. “Não”, insistiu, “é outro o caminho para transmitir a fé: é comunicar o que nós recebemos”.
     É precisamente “este o desafio do cristão: ser fecundo na transmissão da fé”, afirmou. Mas é “também o desafio da Igreja: ser mãe fecunda, dar à luz filhos na fé”, acrescentou, explicando que “este não é um exagero: é o que dizemos na cerimônia do Batismo”. Portanto, eis “a Igreja que dá à luz, que é mãe”. E nesta perspectiva Francisco sugeriu “duas pistas da transmissão da fé”.
     “A Igreja é mãe se transmite a fé no amor, sempre com ar de amor”, disse o Papa, recordando que “não se pode transmitir a fé sem esta característica materna”. A ponto que “alguém escreveu elegantemente” que “a fé não é concedida, mas dada à luz”. E é “a Igreja que dá à luz a fé dentro de nós: ou seja, a transmissão da fé caracteriza-se sempre com o amor da mãe Igreja, dá-se em casa”.
     O próprio São Paulo, prosseguiu o Papa, “lembra a Timóteo, num bonito trecho: ‘Recordo a fé da tua mãe e da tua avó’”. Portanto, explicou Francisco, “é a fé que deve ser transmitida de geração em geração, como um dom”. Mas sempre “no amor, no amor da família: é ali que se transmite a fé, não só com palavras, mas com amor, carícias e ternura”.
     A este propósito, o Pontífice voltou a propor também o episódio narrado no livro dos Macabeus, “quando aquela mulher encorajava os sete filhos face ao martírio: no texto diz-se que por duas vezes aquela mulher falou aos filhos na língua materna, dava-lhes força na fé, mas na língua materna”. Pois “a verdadeira fé se transmite sempre em dialeto: o dialeto do amor, da família, da casa, aquele que se capta no ar”. E “talvez a língua seja a mesma, mas ali há algo de dialeto, e ali a fé transmite-se maternalmente”.
     Em síntese, explicou o Papa, se a primeira atitude para a transmissão da fé é o amor, outra atitude é o testemunho. Na realidade, afirmou, “transmitir a fé não significa fazer proselitismo: é outra coisa, é maior ainda”. Sem dúvida, prosseguiu, “não significa procurar pessoas que ajudem esta seleção de futebol, este clube, este centro cultural: isto está bem, mas para a fé não serve o proselitismo”. E Bento XVI disse: “A Igreja cresce não por proselitismo mas por atração”. Com efeito, afirmou Francisco, “a fé transmite-se por atração, ou seja, por testemunho”. E, acrescentou, “hoje celebramos a festa de dois apóstolos, Filipe e Tiago, que deram a vida, transmitiram a fé mediante o testemunho”. Portanto, devemos testemunhar a fé.
     A este propósito, o Papa quis compartilhar uma sua recordação pessoal: “Certa vez numa das jornadas da juventude, acho que foi em Cracóvia, num almoço com os jovens, um deles perguntou-me: ‘Tenho um amigo que é ateu, mas é muito bom e eu gosto dele. O que devo dizer-lhe para que se converta?’”. Eis a resposta franca do Papa: “É melhor que nada lhe digas, age. E que ele se questione: por que este homem se comporta assim? Por que este homem faz assim, quando é normal fazer o contrário? Dá testemunho!”.
     É um fato, explicou o Pontífice, que “o testemunho provoca a curiosidade no coração do outro, e o Espírito Santo pega nessa curiosidade” e começa a trabalhar “dentro”. Assim, “a Igreja crê por atração, cresce por atração, e a transmissão da fé verifica-se com o testemunho, até ao martírio”. Precisamente “quando se vê esta coerência de vida com o que nós dizemos, surge sempre a curiosidade: ‘Mas por que ele vive assim? Por que leva uma vida de serviço ao próximo?’”. E ”essa curiosidade é a semente que o Espírito Santo pega e leva em frente; e a transmissão da fé torna-nos justos, justifica-nos”.
     Portanto, afirmou o Papa, “a fé justifica-nos, e na sua transmissão nós fazemos verdadeira justiça aos outros”. No fundo, “é simples” o que Paulo escreve aos Coríntios: “Eu transmiti a vós antes de tudo o que também recebi”. As palavras do apóstolo são claras: “Eu transmiti o que recebi”. Recordam “a transmissão da fé no amor, em casa”. Mas, relevou Francisco, “muitas vezes em casa ouvimos dizer: ‘Quando frequentar o catecismo aprenderá’”. E “muitas vezes são as empregadas domésticas, mulheres de fé, que transmitem a fé às crianças: até as empregadas domésticas estrangeiras”. Talvez os “pais trabalhem; talvez vão à missa uma, duas, três, quatro vezes por ano, talvez vão à missa de vez em quando, são católicos, mas não sabem transmitir a fé; são as empregadas domésticas que a transmitem”.
     E este, afirmou o Pontífice, “é um fato que se vê todos os dias nas grandes cidades e até aqui na Itália”. A fé transmite-se “com o amor e a empregada doméstica é aquela que acaricia, que cuida, que faz crescer e que ajuda a mãe, é como uma segunda mãe”. E “isto significa transmitir a fé no amor, no testemunho”, porque não se trata de “transmitir uma filosofia”, mas de “transmitir algo que te justifica, que te torna justo aos olhos de Deus”.
     Por fim, o Papa convidou a pedir “ao Senhor por tantos pais para que saibam cuidar disto, pois transmitir a fé é algo grandioso, muito bonito”. E pedir “por tantos cristãos a fim de que o Senhor lhes conceda a todos a força de dar testemunho e, com o testemunho, semear curiosidade; e o Espírito Santo pega naquela curiosidade e abre o coração para receber a fé”.
PAPA FRANCISCO, MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA NA CAPELA DA CASA SANTA MARTA, Como se transmite a fé, Quinta-feira, 3 de maio de 2018.
 Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 19 de 10 de maio de 2018

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

As “Fake News” aumentam a arrogância e o ódio, afirma Papa Francisco

     Paz e Bem!


     Na mensagem do Papa Francisco do dia 24 de janeiro, ele fala sobre Fake News ou Notícias Falsas.

     O Papa inicia lembrando que a comunicação humana deve ser essencial para viver a comunhão e que esse tema das notícias falsas relaciona-se com o tema sobre a verdade.

     “A expressão fake news  diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos mass-media tradicionais” que tendem “a enganar e até manipular o destinatário”. Quem cria ou distribui essas notícias falsas são exploradores de emoções, e, suscitam “a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração” no destinatário. “Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade”.
      Uma atitude que o Papa nos pede é a de “não ser divulgadores inconscientes de desinformação” e que devemos “desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a ‘lógica da serpente’, capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar”. “Nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos”.
       “O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. (...) A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único ‘verdadeiro’ é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: ‘Eu sou a verdade’ (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: ‘A verdade vos tornará livres’(Jo 8, 32)”.

      Dois ingredientes que não podem faltar em nossas ações: Libertação da falsidade e busca de relacionamento. “De fato, uma argumentação impecável pode basear-se em fatos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polêmica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade”.

      “O melhor antídoto contra as falsidades são as pessoas: Pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga dum diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem”.
      O Papa termina com uma oração inspirada numa oração franciscana:
“Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não
cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos
verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amém”.