"... Que minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja plena" (Jo 15, 11).
Na pessoa de Jesus vemos a presença do Espírito Santo, e o Espírito Santo não permite tristeza e melancolia. A alegria é sinal de que está plenificado no amor divino!
Decifrando temas por vezes complexos. Temas teológicos, bíblicos e morais. Uma visão Católica e Apostólica!
"Ser fiel ao Evangelho de Cristo não é o mesmo que ter um apego cego à lei. Cristo censurava nos fariseus exatamente o apego insensível ao formalismo legal e à desconsideração ao humano. Não pode também ser fiel a Cristo uma doutrina que equipara Deus ao dinheiro, dizendo servir ao primeiro enquanto volta sua ação para o segundo. É impossível ainda ver cristandade quando se coloca a riqueza material como prova do favor de Deus, ao mesmo tempo em que é ignorada a amorosa atenção de Cristo pelos pobres ou, pior ainda, vê na pobreza um sinal do afastamento de Deus, da ação de uma força maligna.
Uma correta compreesão do texto sagrado cristão exige a consciência de que Deus não escreveu a Bíblia de próprio punho, mas é ela produto de pessoas que viveram em épocas variadas e dentro de determinadas circunstâncias históricas, geográficas, sociais, econômicas, culturais e políticas. Tais escritores, embora divinamente inspirados, foram afetados pelo meio no qual estavam inseridos, razão pela qual o sentido do texto bíblico deve ser estudado a partir de uma compreensão aberta á situação em que surgiu. Uma leitura fundamentalista que considere o escrito até nas suas vírgulas e acentos como um conjunto de revelações, fatalmente irá desconsiderar o seu sentido literário e as várias formas de expressão empregadas e que eram comuns as seres humanos daquele tempo e não aos de hoje, decorridos dois ou três mil anos.
Feitas tais colocações, é possível concluir no sentido de que é uma urgente tarefa a ser enfrentada na atualidade pelos cristãos, o questionamento dessa religiosidade oferecida pela doutrina da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), que se mostra conformista, individualista, apegada aos valores sinalizados pelo mercado e autora de uma inversão doutrinária que transforma o evangelho na pregação de uma idolatria alienante e desumanizante, [...]".
(Texto de José Luiz Borges, conclusão do artigo "O Deus da IURD: imagens e semelhanças" que se encontra na revista "Uniclar" 2008)
Ressurreição é participar em plenitude da vida de Deus, ou melhor, é estar em total relação com Deus. É o acolhimento de Deus à pessoa humana.
Reencarnação significa a volta do espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo.
O que é morte? Para a doutrina da reencarnação é a imagem de um rompimento de um ciclo, já na doutrina da Ressurreição é o momento da passagem da vida terrena para a vida eterna em Deus. O que temos presente na filosofia reencarnacionista é que na morte não alcançamos a evolução plena, ou seja, não estamos completos. A morte é o momento onde percebemos que falta algo em nós para alcançarmos a consumação ou evolução plena.
Como o homem atinge a evolução plena? Aqui que está a incompatibilidade. Pois, na reencarnação o processo para atingir a evolução plena parte apenas do Homem, já a Ressurreição o processo para estarmos completos se dá em uma relação entre Deus e Homem.
Na doutrina da reencarnação quando a pessoa morre é levado em consideração seus méritos. Caso aquele espírito não mereça a evolução então retornará a nascer (reencarna). Ao contrário, na doutrina da Ressurreição quando a pessoa morre tem o encontro com Deus misericordioso. Jesus morreu na Cruz para nos salvar! Nesse encontro a pessoa se vê frente ao grande amor divino e se auto-julga faltoso de amor, ou seja, deveria ter amado mais (aqui entra a doutrina do purgatório, uma ante sala do paraíso).
E a liberdade? Eu não tenho minha individualidade? Para o cristão, a salvação é um dom oferecido por Deus ao Homem. O Homem em sua liberdade pode recusar esse dom. Deus olha a pessoa em sua totalidade, ou seja, corpo e alma.
Na doutrina da reencarnação encontramos um reducionismo antropológico, onde o corpo é apenas uma roupagem do espírito, por isso que, segundo essa doutrina, eu posso reencarnar várias vezes.
Em resumo: a doutrina da reencarnação não é uma doutrina cristã, pois o Homem faz tudo por si mesmo, só espírito; a doutrina da ressurreição é cristã, visa uma relação entre Deus e o Homem, onde fala-se em “pessoa” (alma; corpo).
A salvação é um dom oferecido por Deus e recebido pelos Homens, e claro, com a possibilidade de o Homem recusar esse dom de Deus!