sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


Por favor! Cânticos melhores

Olá prezado leitor!

Publiquei vários artigos, alguns meus e outros não, sobre religiões, ou melhor, seitas. Um desses artigos foi o “Igreja Universal do Reino de Deus e dinheiro: ação contrária ao Evangelho”, que está nesse presente blog. Tive, claro, algumas intervenções, porém poucas. Não sei se o tema não é de interesse público ou este já está por demais de cansado de ser ouvido, então a indiferença.
Escrevo agora sobre a Congregação Cristã no Brasil (CCB), como o nome bem diz é uma “congregação”. Primeiramente quero ressalvar que não é dirigido aos seus fiéis praticantes, dos quais tenho muitos amigos, e sim à sua doutrina e cultos. Escrevo porque fiquei tão atônito em ver a vivência da irmandade e de ouvir alguns dos hinos.
Caso você, querido leitor, for um “neo-convertido” à CCB ou sua fé não é tão madura, aconselho que não prossigas a leitura deste artigo.
Entre pedras e espinhos, lá vamos nós...
“Deus é Amor”, diz João em sua carta, e confirmamos isso. O amor divino não exclui ninguém e não faz separação de pessoas, ou melhor, dos seus filhos. Deus ama apenas, não é interesseiro no amor humano e nem mesmo necessita ser amado pelos humanos. Deus não precisa de culto ou templo, somos nós que precisamos de culto e de templo.
Ouvi muitos irmãos evangélicos, mais precisamente os irmãos da CCB, afirmarem “Deus salva os justos” ou como queira a tradução bíblica. Esta afirmação é correta e é bíblica. Porém, discordo da maneira como essa frase é interpretada pelos meus irmãos “evangélicos” (entre aspas porque todo o cristão deveria ser e aqueles que dizem ser não o são), os quais dizem ser justos apenas aqueles que fazem parte de sua irmandade, congregação ou sei lá o nome que cada um oferece a essa reunião de pessoas. Interpretar assim o ser justo é um grande anacronismo, pois no passado se pensava assim. Ah sim, estava esquecendo, essas seitas são novas e algumas tem menos de vinte anos e talvez nem sabem que o cristianismo tem mais de dois mil anos.
No Concílio Vaticano II, em 1962, a Igreja Católica afirma que há semente do verbo em cada pessoa humana, e que se mesmo essa pessoa não conhecer a Cristo e nunca ouvir falar Dele, mas viver amando e fazendo o bem aos outros, essa pessoa é um “cristão anônimo” e ninguém de nós tem o direito de lhe negar o prazer das delícias eternas junto de Deus.
Outro ponto que me deixou inquieto são os hinos, hinário ou cânticos. A primeira vez em que ouvi, pensei ser um canto fúnebre das antiguidades, pensei ser algo bem ancestral e pensei ainda que estivessem tocando e cantando fora de tom ou desafinados. Mas, alguém me alertou que aqueles tais hinos formavam o seu hinário e que seus cultos eram por estes “animados” e mais ainda, contou-me que nos funerais isso piora e a melancolia chega a seu auge. Confesso que meu espanto foi maior ainda quando vi jovens inteligentes e audaciosos tocando tais hinos e achando que é o máximo do louvor a Deus. Fico imaginando os anjos, devem ter deixado suas harpas de lado e se banhado em prantos e desânimos.

"Cânticos melhores deveriam cantar os seus discípulos para que eu pudesse acreditar no seu redentor" (Friedrich Nietzsche, em 'Assim falou Zaratustra')

Sem ofensas! Acho que cada um vive de sua maneira, vivencia sua fé de sua maneira e que se sente muito realizado onde está.


Pedro Debarba

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