É madrugada do dia sete de janeiro de um ano não tanto distante, em um lugarzinho que nem se quer tem no mapa chamado de Borminha, eis que a uma família humilde, acorda às pressas e com grande alegria, pois, alguém estava querendo vir ao mundo. Neste momento escutei gritos valentes encorajando a todos, estes pareciam ser de meu pai, não sabia eu: “Vai Zé, ‘encie’ o cavalo e chame dona Emerlinda”.
Em menos de dez minutos meu irmão já estava cavalgando, ainda estava escuro. Enquanto isso, minhas duas irmãs mais velhas ajudam minha mãe e a minha irmã mais nova fica sem saber muito que fazer, só observa.
Em menos de dez minutos meu irmão já estava cavalgando, ainda estava escuro. Enquanto isso, minhas duas irmãs mais velhas ajudam minha mãe e a minha irmã mais nova fica sem saber muito que fazer, só observa.
Em um quarto dos fundos do casarão minha mãe grita de dor; pelo casarão minhas irmãs correm, uma trazendo bacia com água, outra trazendo panos e meu pai, que não gostava muito de trabalhar com essas coisas, apenas esperava ansioso pela chegada da parteira. No entanto, eu não queria saber em esperar, nesta ocasião eu estava completamente certo, pois, nove meses já era tempo suficiente de espera para contemplar o rosto de minha mãe, uma coisa eu já sabia: ela é a pessoa em quem mais confio.
Depois de muitas turbulências, chega a tão esperada parteira. Ufa! Até que enfim eu iria conhecer o mundo, do qual só ouvia alguns rumores e barulhos. Meu irmão não viu este momento, ele tinha ficado cuidando da casa da dona Emerlinda, a parteira. Já os outros estavam todos ao meu redor esperando para ver como eu era. Eles sabiam que iria ser um bebê como os outros e que todos os bebês não são tão bonitinhos como descrevem as avós e as tias, pelo menos no momento em que nascem!
Em um momento inusitado sinto mãos poderosas pressionando o meu querido lar maternal. Foi difícil para eu aceitar o fato de que tinha que sair, pois, nada melhor do que um lugar quentinho e quase sem incômodos, mas eu sentia que aquilo que estava acontecendo comigo era necessário e fundamental. Enfim, decidi sair, mas com uma condição: ter comigo os mesmos cuidados que estava tendo até agora.
Após várias tentativas da parteira, pensei comigo: “Já que tenho que fazer isso irei mergulhar de cabeça, por completo e sem imaginar as consequências”. Fui de maneira solene sendo colocado em outro mundo: um mundo cheio de luzes e de cores, com vários seres andando de cá para lá e emitindo sons estranhos. Nem imaginava eu que aqueles fariam parte de minha família.
Já estou no mundo dos homens, mas não consigo sentir-me totalmente bem, porque falta respiro em meus pequenos pulmões. Tentei respirar várias vezes, mas nada... uma agonia tomou conta de mim. Por alguns instantes pensei que meu início de vida estava prestes a ser o fim. Neste momento entra novamente em cena a dona Emerlinda, belíssima parteira, o nome já diz tudo, com um sopro forte em minha boca ela consegue mandar um pouco de ar para dentro de meu peito, que foi o suficiente para que eu não morresse. Passado o primeiro susto, estava eu ali entre aquela gente desconhecida, que pareciam estar olhando para mim e tentando desvendar o grande mistério de meu futuro. Enrolaram-me em panos e puseram-me ao lado daquela que iria me educar nas coisas boas da vida.
mto bacana...descrver com tamanha delicadesa esse momento especial...
ResponderExcluirque venha a continuação...
abraço!!
Peeeedro, muito lindo....me emocionei, só podia vir de vc coisa mais linda, agora to anciosa para ver a continuação.
ResponderExcluirbjs
Então... e depois ? Estou no mundo dos homens e ... que mais?
ResponderExcluircontinua...
Ano NiMa
Meu coração disparou de emoção!
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